Pequim – O governo chinês estruturou um sistema de trocas financeiras ocultas para manter a importação de petróleo iraniano e driblar as sanções impostas pelos Estados Unidos, revelou o jornal The Wall Street Journal neste domingo, 5 de outubro de 2025.
Segundo a publicação, o esquema opera como um “escambo moderno”. O Irã envia o petróleo, mas não recebe o pagamento diretamente. As estatais chinesas que compram a commodity depositam os valores em uma instituição financeira não listada oficialmente no país, chamada Chuxin.
A Chuxin utiliza os recursos para remunerar construtoras chinesas responsáveis por grandes obras dentro do território iraniano — incluindo aeroportos, refinarias e sistemas de transporte. Dessa forma, Teerã recebe infraestrutura em vez de dólares ou outra moeda conversível, evitando o rastreamento internacional das transações.
Todo o processo é garantido pela Sinosure, seguradora estatal apresentada como a maior agência de crédito à exportação do mundo. A empresa cobre possíveis perdas e oferece segurança às companhias envolvidas, funcionando como o elo que mantém o mecanismo ativo.
Como o dinheiro não sai da China e não passa pelo sistema bancário global, as operações ficam fora do alcance das sanções norte-americanas que impedem o Irã de acessar bancos estrangeiros desde 2018. Naquele ano, o então presidente Donald Trump restabeleceu as punições dentro da estratégia de “pressão máxima” para que Teerã limitasse seu programa nuclear e reduzisse o apoio a grupos militantes no Oriente Médio.
Sem vias formais para receber pelos embarques de petróleo — principal fonte de receita do país —, a economia iraniana depende do canal chinês para manter entrada de recursos e financiamento de projetos internos.
Com informações de Gazeta do Povo