A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) continua presa na penitenciária de Ketziot, no deserto de Neguev, após se negar a assinar um termo de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses. A recusa foi confirmada neste sábado (4) por sua assessoria.
Intercepção no Mediterrâneo
Luizianne fazia parte da Flotilha Global Sumud, interceptada pela Marinha de Israel na quarta-feira (1º) no Mediterrâneo. O grupo de ativistas tentava romper o bloqueio imposto a Gaza para entregar alimentos e outros suprimentos à população civil. Israel mantém o cerco para impedir o contrabando de armas ao Hamas.
Motivo da recusa
Segundo a equipe da parlamentar, o documento proposto previa a expulsão sem audiência judicial, procedimento considerado “abusivo”. A deputada decidiu não assiná-lo em solidariedade a outros brasileiros que também rejeitaram a medida. “Por sua trajetória na defesa dos direitos humanos, entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação”, diz nota oficial.
Situação judicial
As audiências que avaliarão as prisões dos estrangeiros estão marcadas para este sábado. A assessoria da petista cobra “a libertação imediata das brasileiras e dos brasileiros detidos ilegalmente”.
Brasileiros detidos e greve de fome
Oito cidadãos do país se recusaram a assinar o termo israelense, entre eles a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e a presidente do PSOL gaúcho, Gabi Tolotti. Quatro brasileiros — Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles — iniciaram greve de fome dentro da prisão. No total, 14 brasileiros participavam da missão humanitária.
Primeira deportação e denúncias
O professor de Educação Física Nicolas Calabrese, com cidadanias argentina e italiana, foi o primeiro a ser deportado e seguiu para a Turquia; o consulado italiano arcou com a passagem. A ativista sueca Greta Thunberg relatou a autoridades de seu país condições precárias na detenção, incluindo cela infestada de insetos e escassez de água e comida.
Posição oficial brasileira
Em nota, a embaixada do Brasil em Tel Aviv afirmou que todos os detidos “estão bem” e demonstram “resiliência emocional” diante da situação.
Com informações de Gazeta do Povo