O Ministério das Relações Exteriores da Turquia qualificou nesta quarta-feira (1º) como “ato terrorista” a abordagem da Marinha de Israel a embarcações da Flotilha Global Sumud, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária.
Em comunicado divulgado no site da pasta, Ancara acusou Tel Aviv de violar gravemente o direito internacional ao interceptar, em águas internacionais, a flotilha composta por cerca de 50 barcos — entre eles o que leva a ativista sueca Greta Thunberg. “O ataque põe em risco a vida de civis inocentes”, afirma a nota.
O texto menciona “políticas fascistas e militaristas” do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sustenta que a operação demonstra que essas ações se voltam contra “qualquer pessoa que lute contra a opressão imposta por Israel”.
Coordenação para libertar detidos
Segundo o ministério turco, países cujos cidadãos estão a bordo já se coordenam para obter a libertação dos passageiros detidos. Ancara também anunciou que adotará “todas as medidas legais” para responsabilizar os responsáveis pela interceptação.
Versão israelense
A Marinha de Israel informou ter entrado em contato com a flotilha antes da ação, solicitando que alterasse a rota. O pedido não foi acatado. Na semana anterior, após os ativistas recusarem a proposta italiana de desembarcar a carga humanitária no Chipre, o chanceler israelense, Gideon Sa’ar, declarou que a negativa “prove” o caráter de provocação da iniciativa e seu suposto apoio ao Hamas.
Sa’ar reiterou que Israel não permitirá a entrada de embarcações em “zonas de combate ativas” nem a violação do bloqueio naval imposto ao enclave palestino desde 2006, quando o Hamas venceu as eleições locais e o soldado israelense Gilad Shalit foi capturado.
Em junho, Greta Thunberg já havia tentado aproximar-se de Gaza em outra expedição humanitária, mas foi impedida pelas forças israelenses.
Com informações de Gazeta do Povo
