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Estados Unidos impedem entrada de servidores cubanos em reunião da Opas

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Washington – O Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira, 1º de outubro de 2025, que negou vistos a vários funcionários do Ministério da Saúde Pública de Cuba (Minsap) que planejavam participar de uma reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na capital norte-americana.

Um porta-voz da chancelaria norte-americana disse à agência EFE que as restrições de viagem foram adotadas “por motivos de segurança nacional” e visam proteger os interesses do país. Ele acrescentou que a medida não afetou os representantes do governo cubano lotados na embaixada em Washington, que puderam comparecer normalmente ao encontro da Opas.

Havana criticou a decisão. Segundo o regime cubano, autoridades do Minsap que solicitaram os vistos na capital cubana tiveram o pedido recusado, e aqueles que já se encontravam em Nova York para a Assembleia Geral da ONU não receberam a autorização de deslocamento até Washington. O chanceler Bruno Rodríguez divulgou declarações da vice-ministra da Saúde, Tania Margarita Cruz, que acusou Washington de usar a necessidade dessa autorização para impedir sua participação como chefe da delegação de Cuba.

O governo norte-americano classifica as missões médicas cubanas no exterior como “trabalho forçado” e mantém o país caribenho numa lista de nações que não cumprem padrões mínimos de combate ao tráfico de pessoas. Em agosto, o secretário de Estado Marco Rubio informou que a administração Trump havia revogado vistos de funcionários públicos de Cuba e de outras nações — inclusive ex-integrantes do Ministério da Saúde do governo Dilma Rousseff (2011-2016) — pelo envio de médicos cubanos ao exterior.

Desde 2018, tramita na Justiça federal dos EUA uma ação apresentada por quatro médicos cubanos que atuaram no programa Mais Médicos, no Brasil. Eles afirmam que foram obrigados a aceitar a missão, tiveram documentos confiscados, mobilidade restringida e parte substancial dos salários retida por Cuba e pela Opas. A Fundação para os Direitos Humanos em Cuba calcula que, entre 2013 e 2018, o governo brasileiro pagou US$ 2,58 bilhões à Opas pelo trabalho de mais de 10 mil profissionais cubanos; desse montante, pelo menos US$ 2,3 bilhões teriam sido transferidos a Havana, enquanto os médicos ficaram com menos de 10% do valor total.

Com informações de Gazeta do Povo