Roma — O perito brasileiro Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi conduzido pela polícia italiana a uma delegacia na capital italiana na manhã desta quarta-feira (1º de outubro de 2025).
De acordo com o advogado de Tagliaferro, Eduardo Kuntz, a ação atendeu a uma medida cautelar que impõe restrição de circulação ao investigado. A defesa aguarda a cópia da notificação oficial para conhecer os motivos da decisão e acredita que o cliente possa ser liberado ainda hoje.
Residente na Itália, Tagliaferro vem fazendo denúncias contra Moraes, acusando-o de abuso de poder e de perseguição a políticos e influenciadores de direita. Ele afirma que o ministro utilizou a estrutura do TSE para embasar relatórios em inquéritos conduzidos no Supremo Tribunal Federal (STF) e critica a atuação da Corte Eleitoral durante as eleições de 2022, período em que integrava o gabinete do magistrado.
No STF, Tagliaferro é investigado pelo vazamento de mensagens trocadas entre servidores dos gabinetes de Moraes no STF e no TSE — episódio que originou a série de reportagens batizada de “Vaza Toga” e publicada pela imprensa no ano passado. Em 2025, ele participou por videoconferência de audiências na Câmara dos Deputados e no Senado para detalhar suas acusações.
Moraes já solicitou a extradição do ex-assessor, alegando divulgação de informações sigilosas e atuação em benefício de interesses políticos. Especialistas, contudo, apontam que a legislação italiana pode impedir a entrega, citando proteções a denunciantes de eventuais abusos institucionais.
Até o fechamento desta edição, não havia confirmação oficial sobre a liberação de Tagliaferro.
Com informações de Gazeta do Povo
