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Aliança Evangélica Francesa repudia programa da France 2 que liga fiéis a extremismo e homofobia

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Paris, 29 de setembro de 2023 – O Conselho Nacional das Igrejas Evangélicas da França (CNEF) criticou publicamente a emissora France 2 após a exibição, em 25 de setembro, do episódio “Évangéliques : un succès pas si angélique ?” do programa Envoyé spécial. A aliança, que representa cerca de 1,2 milhão de protestantes evangélicos no país, afirma que a reportagem retratou o movimento como “ultraconservador, homofóbico e manipulador”.

Em nota assinada pelo presidente Erwan Cloarec e demais dirigentes, o CNEF classificou a produção jornalística como uma “estigmatização” dos evangélicos franceses e um “ataque à fé cristã”. Segundo a entidade, o material utilizou “perguntas tendenciosas, edição acusatória e ausência de consulta a especialistas”, o que, na avaliação do conselho, alimenta preconceitos e discriminação.

Conteúdo contestado

O Envoyé spécial, apresentado pela jornalista Elise Lucet, investigou o crescimento acelerado das igrejas evangélicas – estimado em uma nova congregação a cada dez dias na França. Durante a apuração, a equipe visitou uma das maiores comunidades do país e ouviu relatos de ex-membros e de um ex-pastor que denunciaram supostas técnicas de controle e a prática de terapias de conversão.

Para o CNEF, ao focalizar esses depoimentos raros, a emissora criou uma imagem distorcida do movimento. “Equacionar o evangelicalismo a um movimento ultraconservador e homofóbico […] equivale a estigmatizar todos os cristãos franceses”, afirma o comunicado.

Medidas e convites

A entidade disse manter diálogo com a Missão Interministerial de Vigilância e Combate às Derivas Sectárias (Miviludes) para enfrentar abusos reais, inclusive terapias de conversão ilegais. Entretanto, anunciou que apresentará objeções formais ao Ministério do Interior e à ARCOM, órgão regulador da mídia, a fim de “defender liberdades fundamentais e garantir o pluralismo de opiniões”.

O CNEF também convidou profissionais de imprensa a participarem de um culto intereclesial em 5 de outubro, previsto para mais de 90 cidades dentro das “Celebrações 2025”. A organização vê o evento como oportunidade para “diálogo aberto” e melhor compreensão da diversidade religiosa no país.

Com informações de Folha Gospel