Brasília – O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), pediu na segunda-feira (29) à Mesa Diretora e ao Conselho de Ética que declarem a suspeição do deputado Marcelo Freitas (União-MG) como relator do processo que pode resultar na cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Na petição, Farias sustenta que Freitas manifestou publicamente amizade e alinhamento político com o investigado, o que, segundo o parlamentar petista, compromete a imparcialidade exigida para a função. “A manutenção de relator que publicamente chama o investigado de amigo proclama fidelidade a seu grupo político”, afirma o documento.
Marcelo Freitas foi designado para o posto pelo presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), na semana passada. O nome do aliado da família Bolsonaro venceu a disputa interna contra Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP), também sorteados para a relatoria.
Lindbergh cita ainda declarações de Schiochet de que “não há quebra de decoro” na conduta de Eduardo Bolsonaro, antes mesmo da fase de instrução. O petista argumenta que o presidente do colegiado recusou Duda Salabert por suposta manifestação prévia e, por isso, não poderia adotar “dois pesos e duas medidas” ao manter Freitas.
O processo em análise no Conselho de Ética foi aberto a partir de representação do PT. O partido alega que Eduardo Bolsonaro atacou a soberania nacional ao viajar aos Estados Unidos para negociar sanções contra o Brasil e punições a autoridades brasileiras. A acusação não se confunde com outro procedimento que investiga o deputado por faltas em plenário.
O pedido do PT solicita o reconhecimento formal da suspeição de Marcelo Freitas e a escolha de um novo relator dentre os parlamentares previamente sorteados.
Com informações de Gazeta do Povo