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Irã afirma preferir volta imediata de sanções da ONU a cumprir exigências “irracionais” dos EUA

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Teerã, 27 set. 2025 – O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou neste sábado (27) que o Irã optará pela reativação instantânea das sanções das Nações Unidas caso a alternativa seja atender às “exigências irracionais” apresentadas pelos Estados Unidos para o programa nuclear do país.

Falando à televisão estatal iraniana diretamente de Nova York, pouco antes de embarcar de volta a Teerã depois de participar da Assembleia Geral da ONU, Pezeshkian disse que Washington solicitou a entrega de mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60% — nível próximo dos 90% necessários para uso militar — em troca de um adiamento de três meses da restauração das punições internacionais.

“Se tivermos de escolher entre essas exigências irracionais e o restabelecimento rápido das sanções, ficaremos com o restabelecimento rápido”, afirmou o líder iraniano.

Voto no Conselho de Segurança

Na sexta-feira (26), o Conselho de Segurança da ONU rejeitou um projeto de resolução apresentado por Rússia e China que buscava prorrogar por seis meses o prazo para reinstaurar as sanções contra Teerã.

Em 28 de agosto, França, Alemanha e Reino Unido — bloco conhecido como E3 — ativaram o mecanismo que devolve automaticamente as penalidades internacionais ao Irã, decisão que passa a valer à meia-noite. Segundo os europeus, Teerã deixou de cumprir os compromissos assumidos no acordo nuclear de 2015, que limitava o programa atômico iraniano em troca do alívio das sanções.

Condições europeias

Os governos europeus ofereceram adiar a medida caso o Irã retomasse a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), interrompida após o conflito de 12 dias com Israel em junho, esclarecesse o destino dos 400 quilos de urânio a 60% e reabrisse negociações com Washington. Teerã sustenta que o material está soterrado sob destroços de três instalações bombardeadas por EUA e Israel durante a guerra.

Cenário de retaliação

O Irã responsabiliza os Estados Unidos pela crise atual, lembrando que Washington abandonou unilateralmente o pacto em 2018. Também acusa os europeus de descumprirem suas obrigações. Caso as sanções sejam reimpostas, Pezeshkian adiantou que Teerã retaliará, inclusive suspendendo o acordo de cooperação com a AIEA assinado em 9 de setembro.

O Conselho de Segurança já havia rejeitado em 19 de setembro uma proposta para suspender definitivamente as sanções aplicadas antes de 2015.

Com informações de Gazeta do Povo