O grupo islamista Hamas comemorou nesta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, o abandono do plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) por dezenas de delegados, inclusive os representantes do Brasil, pouco antes do início do discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Nova York.
Em nota, o Hamas afirmou que o boicote “reflete o crescente isolamento” do premiê israelense e de “sua entidade ilegal” — expressão utilizada pelo movimento para negar o reconhecimento de Israel. Segundo o comunicado, a ação demonstra ainda “a solidariedade global cada vez maior com o direito do povo palestino à autodeterminação e à criação de um Estado independente”.
O grupo reiterou que “o estabelecimento de um Estado palestino com Jerusalém como capital é um direito inalienável que não será minado pelos crimes do ocupante nem por suas políticas fascistas”.
Críticas de Netanyahu
Na tribuna, Netanyahu condenou os dez países — entre eles Reino Unido, França e Canadá — que, no início da mesma semana, reconheceram formalmente o Estado palestino. Com essas adesões, 157 dos 193 Estados-membros da ONU passaram a apoiar a criação do país árabe.
O primeiro-ministro comparou a medida a “entregar um Estado à Al-Qaeda a 1,6 km de Nova York após o 11 de Setembro”, argumento alinhado ao governo dos Estados Unidos de que o reconhecimento seria uma recompensa ao Hamas pelos ataques de 7 de outubro de 2023.
Reação de Israel
O embaixador israelense nas Nações Unidas, Danny Danon, declarou ao portal JNS que a saída dos diplomatas foi “orquestrada pela Autoridade Palestina para produzir uma imagem enganosa de evasão em massa”. Danon acusou os representantes palestinos de recorrer a “encenações baratas” para desviar a atenção de, segundo ele, “uma semana de acusações infundadas e incitação contra Israel”.
O episódio ocorreu no plenário principal da ONU e envolveu, além do Brasil, delegações de diversos continentes que optaram por não ouvir o pronunciamento de Netanyahu.
Com informações de Gazeta do Povo