Nova York — O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou nesta sexta-feira (26) que apresentará à Assembleia Geral da ONU uma resolução que cria um “exército de salvação” multinacional para atuar em favor da causa palestina.
O anúncio foi feito durante uma manifestação pró-Palestina em Manhattan, que reuniu cerca de 2 mil pessoas. Vestido com uma kufiya — lenço tradicional associado ao movimento palestino —, Petro marchou ao lado do músico britânico Roger Waters, cofundador do Pink Floyd.
De acordo com o presidente colombiano, os países que apoiarem a proposta ficarão encarregados de contribuir com tropas para essa força inédita. “Com o último veto dos Estados Unidos ao cessar-fogo em Gaza, a diplomacia acabou; é hora de outra etapa da luta”, declarou.
O plano de Petro baseia-se no mecanismo Uniting for Peace, que permite à Assembleia Geral adotar medidas quando o Conselho de Segurança está bloqueado por vetos. Para avançar, a resolução precisa do apoio de dois terços dos 193 Estados-membros.
Segundo o líder colombiano, a primeira missão do eventual contingente seria “libertar a Palestina”. Ele disse esperar a adesão de “milhões de homens e mulheres” ao projeto e criticou diretamente figuras como o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. “Essas vozes serão silenciadas por seus próprios povos”, afirmou.
No mesmo discurso, Petro comparou as ações de Israel ao nazismo, afirmando que “o que ocorre na Palestina é um genocídio igual ao que sofreu o povo judeu ante os alemães nazis, mas esses nazis se vestem hoje com uma bandeira e uma história que não lhes pertence”.
A proposta contraria posições recentes de governos que reconheceram o Estado palestino, mas defendem a desmilitarização e a limitação de grupos armados no futuro território.
Petro planeja levar o texto à votação na Assembleia Geral ainda durante o atual período de sessões, em Nova York.
Com informações de Gazeta do Povo
