O ministro Luís Roberto Barroso encerrou seu mandato à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) com clima de festa. Em jantar realizado na noite de quinta-feira (25), em Brasília, ele subiu ao palco para interpretar o samba “Eu e Você Sempre”, de Jorge Aragão, acompanhado da banda brasiliense Samba Urgente.
O encontro foi organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e pelo Conselho dos Presidentes dos Tribunais de Justiça (Consepre). Entre os presentes estavam o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha, representantes de entidades de classe, servidores do Supremo e jornalistas.
Cantar ao final de eventos já virou marca registrada de Barroso, que costuma encerrar cerimônias com apresentações musicais. Na véspera, ele oferecera um jantar reservado a ministros do STF e lideranças políticas, entre elas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para marcar a transição no comando da Corte.
Última sessão no Plenário
Também na quinta-feira (25), Barroso participou de sua derradeira sessão plenária como presidente do STF. O cargo será transmitido ao ministro Edson Fachin na segunda-feira (29).
Discurso de despedida
Ao se despedir, Barroso agradeceu o trabalho coletivo no Supremo. “Ninguém é bom demais, ninguém é bom em tudo. E, sobretudo, ninguém é bom sozinho”, afirmou, ressaltando que “nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”.
O ministro defendeu um “novo tempo de esperanças” para o país, sem que cidadãos abram mão de suas convicções. Para ele, pacificação significa “respeitar o outro na sua diferença” e reconhecer que opiniões divergentes compõem a construção de uma sociedade plural.
Barroso lembrou que a Constituição de 1988 atribuiu ao STF o papel de decidir temas que, em outros países, caberiam a diferentes Poderes. Segundo o ministro, esse arranjo garantiu 37 anos de democracia e estabilidade institucional, sem desaparecidos ou torturados, com plena liberdade de imprensa.
Ele concluiu que, apesar do desgaste de julgar questões divisivas, o Supremo cumpriu sua missão de proteger o Estado de Direito e os direitos fundamentais.
Com informações de Direita Online