Brasília, 25/09/2025 – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou nesta quinta-feira (25) dois requerimentos de convocação. Um deles chamava o ex-assessor parlamentar Gustavo Marques Gaspar, que atuou no gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA) entre 2019 e 2023. O outro pretendia ouvir Silas Bezerra de Alencar, sócio-administrador da Orleans Viagens e Turismo.
A votação terminou com 19 votos contrários e 11 favoráveis a cada requerimento. Parlamentares da base governista atuaram para derrubar as convocações, de acordo com o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Suspeitas sobre ex-assessor
Reportagem do portal Metrópoles aponta Gustavo Gaspar como possível elo entre Weverton Rocha e o núcleo operacional do esquema investigado. Ele teria concedido procuração ao consultor Rubens Oliveira Costa, conhecido como “homem da mala”, autorizando-o a movimentar livremente as contas da empresa GM Gestão Ltda. A suspeita é de que a firma tenha sido utilizada para ocultação ou lavagem de recursos provenientes das fraudes no INSS.
Em nota à imprensa, o senador Weverton Rocha declarou que a nomeação de Gaspar foi “estritamente política” e afirmou não manter relação profissional com o ex-assessor.
Empresa sob investigação
Silas Bezerra é investigado porque a Orleans Viagens e Turismo recebeu R$ 5,4 milhões da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Contag), apontada como uma das principais entidades envolvidas no escândalo dos descontos indevidos em benefícios previdenciários.
A empresa também celebrou com o Supremo Tribunal Federal (STF) contrato de R$ 4,4 milhões, vigente de 2022 a 2023, para emissão de passagens e serviços correlatos. Segundo nota do tribunal, o Pregão Eletrônico 47/2022 seguiu a legislação pertinente e foi vencido pela maior oferta de desconto: 25,01%, acima do percentual mínimo de 6,58% exigido.
Impacto limitado, diz presidente da CPMI
Após a sessão, Carlos Viana minimizou possíveis prejuízos aos trabalhos da comissão. “Já temos os sigilos bancário e telefônico dos principais envolvidos”, afirmou. O senador acrescentou que Gustavo Gaspar manifestou, por meio do deputado Kim Kataguiri (União-SP), disposição para entregar voluntariamente seus dados bancários e fiscais. Caso entregue, a CPMI poderá analisar movimentações suspeitas e, se necessário, reapresentar novo pedido de convocação.
Com informações de Gazeta do Povo