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Bate-boca entre Zé Trovão e defesa do “Careca do INSS” paralisa CPMI por cinco minutos

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Brasília, 25 de setembro de 2025 — A oitiva do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga descontos irregulares em benefícios previdenciários foi marcada por troca de insultos e interrupção dos trabalhos.

O tumulto começou quando o relator da CPMI, deputado Alberto Gaspar (União-AL), afirmou que Antunes seria “o maior ladrão de aposentados e pensionistas do Brasil”. O advogado de Antunes, Cleber Lopes, levantou-se aos gritos para rebater a declaração e teve a palavra negada pela mesa.

Nesse momento, o deputado Zé Trovão (PL-SC) interveio: “Você não admite nada aqui, não. Vossa Excelência me respeite”, disse, dirigindo-se ao advogado. O presidente da sessão, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), chamou a Polícia Legislativa e suspendeu a reunião por cerca de cinco minutos para conter a confusão.

Após a retomada, o clima permaneceu tenso. Lopes ameaçou retirar o cliente do plenário quando Gaspar voltou a acusar o empresário de lesar aposentados. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), advertiu que a saída só poderia ocorrer com autorização da presidência.

Antunes recusou-se a responder às perguntas do relator, afirmando que os ataques comprometiam a imparcialidade do interrogatório. Gaspar insistiu: “O senhor deveria aproveitar para pedir desculpas aos aposentados. Porsches, jatinhos e fazendas foram bons para o senhor, mas tudo às custas da miséria do povo brasileiro”, declarou, acrescentando que o investigado “em breve enfrentará o sistema prisional”.

Em manifestação inicial, Antunes rejeitou o apelido “Careca do INSS”, disse ser “empreendedor nato” e garantiu a legalidade das 22 empresas em seu nome, todas, segundo ele, declaradas à Receita Federal. Também negou vínculos políticos, embora documentos da investigação indiquem encontro com o senador Weverton Rocha (PDT-MA) para discutir a regulamentação da cannabis medicinal.

Preso desde 12 de setembro por ordem do ministro do STF André Mendonça, em operação da Polícia Federal, Antunes é acusado de liderar esquema milionário de descontos fraudulentos em aposentadorias, que teria financiado seu patrimônio de alto valor.

Com informações de Direita Online