Samantha Orr, 31 anos, transformou a própria história de violência familiar em exemplo de superação e serviço a outras crianças em situação de risco nos Estados Unidos.
Retirada de casa no condado de Greene, Missouri, aos 8 anos, Samantha foi considerada pelas autoridades vítima do pior caso de abuso já registrado na região. Ela apresentava queimaduras de 3º grau na cabeça, ombro direito e costas, passava dias sem alimentação, era agredida pela mãe e sofria estupros do pai e, posteriormente, do padrasto, que chegou a ameaçá-la de morte.
Depois do resgate, a menina começou a frequentar o jardim de infância, pois nunca havia ido à escola. A virada começou quando participou de um acampamento cristão voltado a crianças em lares adotivos, onde percebeu que não estava sozinha. “Vi que outras crianças também eram feridas pelos pais. Deixei de me sentir estranha”, relatou.
No acampamento, a voluntária e psicóloga licenciada Jean Orr, ligada à igreja Evangel Temple, conheceu Samantha. Sensibilizados, Jean e o marido, Daryle, que já tinham quatro filhos biológicos, adotaram a garota quando ela tinha 11 anos.
Trajetória acadêmica e profissional
Contrariando previsões de que seria “mediana”, Samantha concluiu bacharelado e mestrado em Liderança Educacional na Evangel University. Neste ano, obteve o doutorado na mesma área, com foco em currículo e instrução, e assumiu o cargo de vice-diretora do ensino fundamental da instituição.
Perdão como chave para a liberdade
Samantha afirma que a decisão de perdoar os pais biológicos foi determinante: “Quando os perdoei e pedi que Jesus entrasse no meu coração, senti um peso sair. Sabia que Deus cuidaria deles e de mim. Eu me senti livre”.
Primeira ex-campista no conselho do acampamento
Em maio, ela tornou-se a primeira ex-participante eleita para o conselho do acampamento infantil. A presidente da organização, Wendy McMahan, 49 anos, disse que a escolha foi “natural” devido à superação de Samantha e à sua habilidade de compartilhar o testemunho.
Hoje, além de ensinar, Samantha prepara voluntários para compreender a mente de crianças traumatizadas e identifica sinais de abuso. “Não posso mudar meu passado, mas posso ajudar a mudar o futuro de algumas dessas crianças”, afirmou.
Com informações de Guiame
