Oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram seus vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados desde julho de 2025. A medida foi adotada pelo governo do presidente Donald Trump, que atribuiu a decisão a supostas “perseguições judiciais, violação da liberdade de expressão e caça às bruxas” contra políticos, empresas e cidadãos brasileiros e norte-americanos.
Entre os atingidos está o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Conhecido por participar de ciclos de palestras em universidades como Harvard, Yale, Stanford e Princeton, o magistrado possui um apartamento avaliado em mais de R$ 22 milhões em Miami, com condomínio estimado em R$ 15 mil mensais. Sem o visto, Barroso não poderá permanecer no imóvel nem participar de eventos acadêmicos nos Estados Unidos.
Também perderam a autorização de entrada no país os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia, que costumavam integrar agendas diplomáticas em Nova York e em organizações multilaterais. De acordo com a reportagem da Gazeta do Povo, familiares de integrantes do STF foram aconselhados a evitar viagens aos EUA. O filho de Barroso, que trabalhava no banco BTG em Miami, teria decidido permanecer na Europa para não correr o risco de ser barrado na imigração.
Com a restrição, eventos jurídicos e acadêmicos previstos nos EUA devem ocorrer sem a presença de autoridades da Corte brasileira. A revogação dos vistos ocorre menos de um ano após a vitória de Trump nas eleições de 2024, período em que ministros comentaram de forma informal que tal medida dificilmente seria adotada.
Com informações de Gazeta do Povo
