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Copom congela Selic em 15% e alerta para incertezas internas e externas

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Brasília — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, nível mais alto desde julho de 2006, quando estava em 15,25%. É a terceira reunião consecutiva sem alteração da Selic, decisão tomada por unanimidade.

Em comunicado, o colegiado afirmou que o cenário segue marcado por “elevada incerteza” e que avaliará, nas próximas reuniões, se a manutenção dos juros por período prolongado será suficiente para conduzir a inflação à meta. O Copom voltou a destacar que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste” caso considere necessário.

Pressões internas e externas

O comitê relatou expectativas de inflação desancoradas, projeções de preços ainda altas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Segundo a nota, esse quadro exige política monetária “significativamente contracionista” por tempo prolongado.

No front externo, o Copom segue monitorando a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos contra o Brasil e os desdobramentos da política fiscal doméstica, fatores que reforçam a postura de cautela. A autoridade monetária também citou a volatilidade de ativos globais em meio à tensão geopolítica e à condução da política econômica norte-americana.

Histórico recente

Na reunião anterior, realizada em 29 e 30 de julho, o Copom já havia interrompido o ciclo de altas e mantido a Selic em 15%, atribuindo parte da decisão à incerteza gerada pela política comercial dos Estados Unidos.

Movimento nos Estados Unidos

Também nesta quarta-feira, o Federal Reserve cortou a taxa básica dos EUA para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano, primeiro ajuste de 2025. Desde dezembro de 2024, os juros norte-americanos estavam entre 4,25% e 4,50%. O diretor Stephen Miran foi o único a defender corte de 0,50 ponto percentual.

Para o Copom, o “ambiente externo se mantém incerto” devido à conjuntura e à política econômica dos EUA, exigindo cautela adicional de países emergentes.

Com informações de Gazeta do Povo