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Caracas reafirma uso pacífico da energia nuclear e critica submarino dos EUA

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17 de setembro de 2025 — A ministra da Ciência e Tecnologia da Venezuela, Gabriela Jiménez, declarou que o governo de Nicolás Maduro mantém “compromisso absoluto” com o uso pacífico da energia nuclear. A afirmação foi publicada nesta quarta-feira (17) no Telegram, em resposta ao envio de um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos, acompanhado por oito navios de guerra, para águas do Caribe.

Segundo Jiménez, a Venezuela foi o primeiro país da América Latina a criar, em 1955, um instituto dedicado exclusivamente à pesquisa nuclear — hoje Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas (IVIC) — e possui ainda um reator de pesquisa.

A ministra ressaltou que o país defende a não proliferação de armas nucleares desde antes da fundação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). “Reafirmar nosso compromisso com o desenvolvimento e o uso pacífico da energia nuclear em 2025 é motivo de orgulho para a Venezuela”, escreveu.

Durante a 69ª Conferência da AIEA, realizada em Viena, o vice-ministro da Ciência e Tecnologia e diretor do IVIC, Alberto Quintero, também criticou a presença do submarino nuclear norte-americano no Caribe. Para o presidente Nicolás Maduro, a medida dos EUA fere o Tratado de Tlatelolco, que proíbe armas nucleares na América Latina.

ONG aponta aproximação com Rússia e Irã

Apesar do discurso oficial, a organização norte-americana Nuclear Threat Initiative (NTI) divulgou relatório alertando para a cooperação venezuelana com Rússia e Irã em questões de defesa. De acordo com a ONG, embora o país não possua armas de destruição em massa nem programa de mísseis balísticos, mantém:

  • acordo geral de cooperação nuclear com a Rússia desde 2008;
  • histórico de presença de bombardeiros russos Tupolev com capacidade nuclear em território venezuelano em 2008, 2013 e 2018;
  • parceria com o Irã, iniciada em 2009, para a busca de depósitos de urânio.

A NTI recorda que, sob o governo de Hugo Chávez, Caracas manifestou interesse em desenvolver um programa de energia nuclear, mas dificuldades financeiras suspenderam os planos.

Com informações de Gazeta do Povo