Brasília — O delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal (PF) na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atualmente diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB/CPRM), foi preso na manhã desta quarta-feira (17) durante operação que investiga corrupção e irregularidades no setor de mineração.
A ação, conduzida pela própria PF, mira um esquema suspeito de fraudar processos de licenciamento ambiental e de pagar propina a servidores públicos. Segundo as investigações, Teixeira seria administrador oculto de uma empresa de mineração envolvida no esquema e teria utilizado a influência do cargo que ocupava na PF para favorecer interesses privados.
De acordo com os investigadores, o grupo teria obtido lucro indevido superior a R$ 1,5 bilhão. Além do ex-diretor, servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de órgãos estaduais de Minas Gerais também são alvos da operação, que envolve mais de 40 empresas e aponta danos ambientais em áreas de preservação.
Carreira do delegado
Rodrigo de Melo Teixeira ganhou notoriedade em 2018 ao chefiar o inquérito que apurou o ataque a faca contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL) em Juiz de Fora (MG). No ano seguinte, liderou as investigações sobre o rompimento da barragem em Brumadinho. Até o fim de 2024, comandou a Superintendência da PF em Minas Gerais e, no mesmo ano, foi indicado para o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras.
A defesa de Teixeira não foi localizada até o fechamento desta edição. A Polícia Federal informou que a operação busca responsabilizar todos os envolvidos, independentemente de cargo ou função.
Com informações de Gazeta do Povo