Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado de emergência ao hospital DF Star, na capital federal, na noite desta terça-feira (16), após sofrer forte crise de soluço, vômito em jato e perda momentânea de ar. O episódio foi relatado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) depois de visitar o pai na unidade de saúde.
De acordo com o parlamentar, a crise começou com soluços persistentes que teriam “travado” o diafragma do ex-chefe do Executivo. Em seguida, Bolsonaro vomitou com força e ficou cerca de dez segundos sem conseguir respirar, o que levou a ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, a encaminhá-lo imediatamente ao hospital.
Na chegada, os médicos constataram desidratação. O paciente recebeu soro e foi orientado a ingerir apenas alimentos líquidos, como sopa. Ele permanecerá em observação ao longo da noite.
Tensão e vigilância policial
Flávio atribuiu o agravamento do quadro de saúde do pai ao “desgaste emocional” causado pela prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à presença constante de policiais no entorno da residência da família, em Brasília. Segundo o senador, agentes chegam a revistar o porta-malas do carro de Michele quando ela leva uma das filhas ao colégio.
O ex-presidente também reclama da condenação a 27 anos de prisão imposta pelo STF, na semana passada, por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e dano ao patrimônio público. Na mesma decisão, outros sete réus foram sentenciados.
Pedido de “trégua” ao ministro
Em declaração à imprensa na porta do hospital, Flávio Bolsonaro fez um apelo a Moraes. “Até terrorista dá trégua em guerra”, afirmou, pedindo que o ministro suspenda, temporariamente, as medidas de vigilância para permitir a recuperação física e mental do ex-presidente.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o início de agosto, após decisão de Moraes. A mesma medida autorizou a presença permanente da polícia dentro do quintal e nos veículos da família para impedir possível tentativa de fuga.
Flávio ainda lembrou que o pai segue lidando com consequências da facada sofrida em 2018 e disse que o ex-presidente chegou a ser intimado enquanto estava internado em unidade de terapia intensiva.
Até o fechamento desta edição, o hospital não havia divulgado boletim médico oficial.
Com informações de Gazeta do Povo