O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino declarou nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, que eventuais ameaças ou pressões de governos estrangeiros não influenciam o julgamento do chamado “núcleo crucial”, que reúne o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado.
“Argumentos pessoais, agressões, coações, ameaças de governos estrangeiros não são matéria decisória. Quem veste essa capa tem proteção psicológica suficiente para se manter distante disso”, afirmou Dino, segundo a votar na sessão da Primeira Turma da Corte.
O voto do ministro ocorreu após o relator, Alexandre de Moraes, defender a condenação dos acusados. Moraes é alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos pela condução do processo e por decisões que atingem plataformas digitais americanas.
Mais cedo, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou mensagem reiterando que a Casa Branca, sob a autoridade do presidente Donald Trump, pretende manter medidas contra Moraes, acusado por Washington de abuso de autoridade e de restringir liberdades fundamentais.
Dino também ressaltou que o processo não tem como alvo as Forças Armadas. “Esse não é um julgamento das Forças Armadas. A soberania nacional exige Forças Armadas fortes, equipadas, técnicas e autônomas”, disse, lamentando o envolvimento de militares no caso.
Imagem: Gustavo Moreno
O julgamento prossegue na Primeira Turma, que avaliará a responsabilidade de Bolsonaro e dos demais réus pelos atos investigados.
Com informações de Gazeta do Povo