A ativista climática sueca Greta Thunberg afirmou que o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, tem “dever legal de agir para prevenir um genocídio” e o acusou de “estar do lado do genocídio” na Faixa de Gaza. A declaração foi feita em 7 de setembro de 2025, durante entrevista exclusiva ao jornal britânico The Guardian, concedida a bordo de uma flotilha que leva ajuda humanitária ao enclave palestino.
Para Thunberg, há uma “enorme ausência” de líderes mundiais diante dos ataques israelenses. Ela alertou que a história julgará os que permanecerem ao lado de quem pratica genocídio. “As palavras que usaremos para descrever as pessoas que estão no lado errado da história ainda não existem, mas nós as usaremos”, disse a ativista, acrescentando que a população mundial estaria “acordando” e se recusando a “assistir a um genocídio transmitido ao vivo”.
Em resposta, um porta-voz do governo britânico declarou que Londres vem defendendo um cessar-fogo desde o início do conflito. “Precisamos de um cessar-fogo imediato, da libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas, de melhor proteção aos civis, de entrada consistente de ajuda em Gaza e de um caminho para paz e estabilidade duradouras”, afirmou a nota oficial.
A flotilha em que Thunberg viaja transporta alimentos e medicamentos para Gaza. A alemã Yasemin Acar, que acompanha a ativista, classificou a travessia como “missão suicida” e questionou por que voluntários que levam suprimentos a uma população faminta precisam temer por suas vidas.
Netanyahu prioriza “vitória” sobre danos à imagem
Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que está disposto a aceitar o “dano” à reputação internacional de seu país para alcançar a “vitória” contra o Hamas. “Se eu tiver de escolher entre vencer nossos inimigos e a propaganda ruim contra nós, prefiro a vitória”, afirmou em reunião de gabinete.
Imagem: Hermano Freitas
Netanyahu disse reconhecer o “preço diplomático” da ofensiva, mas sustentou que a guerra objetiva “eliminar o Hamas, devolver todos os reféns e garantir que Gaza não represente ameaça a Israel”. Ele classificou as acusações de crimes de guerra como “calúnias odiosas e mentiras grotescas” e definiu a ofensiva como uma guerra “justa” contra o terrorismo.
Segundo o premiê, as operações israelenses estão eliminando “líderes terroristas cruciais” na Cidade de Gaza, considerada por ele o “último reduto importante” do Hamas. Netanyahu afirmou que mais de 100 mil palestinos já deixaram a região. A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que cerca de 41 mil pessoas, a maioria residentes da Cidade de Gaza, fugiram para o sul do enclave nas últimas duas semanas.
Com informações de Gazeta do Povo