O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, que o governo do Brasil “mudou radicalmente para a esquerda” e que Washington avalia impor restrições de visto à delegação brasileira na Assembleia Geral da ONU, marcada para este mês em Nova York.
A afirmação foi feita em entrevista coletiva na Casa Branca, após questionamento sobre um memorando interno do Departamento de Estado revelado pela Associated Press na quinta-feira (4). O documento menciona possível limitação de deslocamento para representantes de Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue fora da zona da assembleia, intensificando o controle sobre diplomatas desses países.
“Estamos muito chateados com o Brasil. Aplicamos tarifas muito altas contra eles porque estão fazendo algo muito injusto”, disse Trump, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que classificou como “caça às bruxas”. “Eu amo o povo do Brasil, mas o governo mudou radicalmente, tornou-se radicalmente de esquerda e está prejudicando muito o país”, acrescentou.
Tarifas e sanções recentes
Em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros. A medida, justificada pelo governo norte-americano em parte pelo processo contra Bolsonaro, não se aplica a cerca de 700 itens, entre eles suco e polpa de laranja e aeronaves civis.
No fim de julho, o Departamento do Tesouro dos EUA puniu o ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite sanções contra acusados de violações de direitos humanos e corrupção. Antes disso, o Departamento de Estado já havia revogado os vistos de Moraes, de aliados no tribunal e de seus familiares.

Imagem: FRANCIS CHUNG
A 79.ª sessão da Assembleia Geral terá início em meados de setembro, quando delegações de todo o mundo se reúnem na sede das Nações Unidas. A decisão sobre eventuais restrições de visto aos países citados ainda não foi anunciada.
Com informações de Gazeta do Povo