O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e solicitou apoio adicional ao acordo entre União Europeia e Mercosul. O pedido foi motivado pelo novo pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atinge dezenas de países.
Na conversa, que durou cerca de 20 minutos, Lula manifestou preocupação com eventuais medidas adicionais de Washington, sobretudo contra nações que mantêm relações comerciais com a Rússia. Para o chefe do Executivo brasileiro, o multilateralismo precisa ser fortalecido a fim de evitar novos impactos negativos no comércio global.
Ambos concordaram que o acordo birregional ganha importância num cenário de incerteza. Segundo nota do Palácio do Planalto, a parceria criará um mercado de mais de 700 milhões de consumidores e representará 26% do PIB mundial.
Lula agradeceu o envio do texto do acordo pela Comissão Europeia ao Conselho Europeu e disse esperar a assinatura ainda este ano, durante a Cúpula do Mercosul, no Brasil. Ao mesmo tempo, solicitou que qualquer regulamento de salvaguardas adotado internamente pela UE esteja em total consonância com os termos negociados, sinalizando receio de barreiras adicionais.
A resistência francesa ao livre comércio de produtos agrícolas do Mercosul foi lembrada nos bastidores. Produtores rurais da França temem perder espaço no próprio mercado, e o presidente Emmanuel Macron já demonstrou publicamente restrições ao pacto.
Imagem: André Borges
A agenda ambiental também esteve no centro do diálogo. Lula reiterou que a COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), será a “COP da verdade”, ocasião em que líderes mundiais deverão apresentar compromissos concretos de transição para uma economia verde. Von der Leyen confirmou o apoio europeu ao evento.
Os dois dirigentes reforçaram a defesa de metas ambiciosas de descarbonização, alinhadas ao Acordo de Paris, e destacaram que comércio e sustentabilidade devem caminhar juntos.
Com informações de Gazeta do Povo
