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Putin volta a questionar legitimidade de Zelensky para negociar acordo de paz

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Quem: Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.

O quê: Putin voltou a colocar em dúvida a legitimidade de Zelensky para firmar qualquer tratado relativo à guerra e afirmou que reunir-se com o líder ucraniano “não faz muito sentido”.

Quando: sexta-feira, 5 de setembro de 2025.

Onde: Fórum Econômico Oriental, em Vladivostok, Extremo Oriente russo.

Mandato de Zelensky contestado

No discurso, o chefe do Kremlin declarou que considera encerrado o mandato de Zelensky desde maio de 2024. Segundo Putin, a Constituição ucraniana não permitiria prorrogação do mandato presidencial, mesmo em período de guerra. A Carta Magna, porém, determina a suspensão de eleições enquanto durar a lei marcial, prorrogando automaticamente os mandatos.

Em agosto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, já havia dito que a “questão de legitimidade” do presidente ucraniano teria de ser resolvida antes da assinatura de qualquer documento de paz.

Encontro “somente em Moscou”

Apesar das dúvidas sobre a autoridade de Zelensky, Putin reiterou estar disposto a recebê-lo na capital russa, oferecendo “100% de garantias” de segurança. Ele rejeitou a proposta de Kiev para que a reunião ocorra em território neutro — opções como Vaticano, Turquia, Suíça ou países do Golfo são defendidas pelo governo ucraniano e contam com o apoio dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, já se disse favorável a negociações.

Na última semana, em Paris, Zelensky interpretou o convite para ir a Moscou como indício de que o líder russo não deseja realmente encontrá-lo. O vice-chanceler ucraniano, Andriy Sybiha, classificou a oferta como “inaceitável”.

Rejeição a tropas estrangeiras

Putin voltou ainda a descartar a presença de militares de outros países na Ucrânia, seja durante o conflito ou em eventual fase de transição. Ele alegou que a aproximação de Kiev com a Otan foi uma das razões que desencadearam a guerra e advertiu que qualquer força estrangeira em solo ucraniano seria “alvo legítimo”.

Questionado sobre a viabilidade de um acordo, o presidente russo resumiu: “Chegar a um entendimento com a parte ucraniana é praticamente impossível em pontos cruciais, mesmo que houvesse vontade política; existem problemas jurídico-técnicos”.

Sem consenso sobre local, legitimidade ou garantias, as negociações seguem paralisadas enquanto os combates entram no terceiro ano.

Com informações de Gazeta do Povo