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OAB anuncia ação no STF para suspender PEC dos Precatórios aprovada pelo Senado

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Brasília, 3 set. 2025 – O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que ingressará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal contra a Proposta de Emenda à Constituição 66/2023, conhecida como PEC dos Precatórios, aprovada pelo Senado na última terça-feira (2).

De acordo com a entidade, o protocolo da ação está marcado para o mesmo dia em que a emenda for promulgada, previsto para 9 de setembro. O pedido ao STF incluirá medida cautelar para suspender imediatamente a eficácia do novo dispositivo constitucional.

O que diz a PEC

O texto estabelece limites para o pagamento de precatórios por estados e, principalmente, por municípios, vinculando os desembolsos a percentuais da Receita Corrente Líquida (RCL). A proposta ainda autoriza o parcelamento das dívidas judiciais em valores menores e prazos mais longos.

O governo federal defende a medida como instrumento de alívio fiscal para União, estados e municípios, ao retirar parte desses pagamentos do teto de despesas.

Argumentos da OAB

Para a Ordem, a PEC “institucionaliza o inadimplemento do Estado com seus próprios cidadãos” e fere diversos dispositivos constitucionais, ao transformar um direito reconhecido pela Justiça em “crédito meramente simbólico”.

“É dever da OAB reagir com firmeza a qualquer tentativa de enfraquecimento das garantias constitucionais”, afirmou o presidente nacional da entidade, Beto Simonetti.

Outros pontos do texto

A emenda também:

  • reduz o índice de reajuste das dívidas judiciais;
  • exclui os precatórios federais das novas regras a partir de 2026;
  • altera procedimentos de negociação de débitos de estados e municípios com o INSS.

A proposta, já aprovada pela Câmara dos Deputados, obteve larga maioria em dois turnos no Senado e aguarda apenas a promulgação para entrar em vigor.

Críticos alertam que o parcelamento prolongado dos precatórios pode comprometer a segurança jurídica, estimular a inadimplência de entes públicos e criar um problema fiscal estrutural no longo prazo.

Com informações de Gazeta do Povo