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Pressão de Trump e atos de 7 de Setembro alimentam expectativa da oposição durante julgamento de Bolsonaro

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima terça-feira, 2 de setembro de 2025, o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. O processo, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorre sob forte clima político marcado por pressões internacionais e mobilizações convocadas para o 7 de Setembro.

Pressão externa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanha o caso e, segundo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estuda ampliar sanções a ministros que votarem pela condenação. O parlamentar afirmou em redes sociais que não se trata de “ameaça”, mas de “aviso”, lembrando que Moraes já foi alvo de medida semelhante.

Mobilização nas ruas

Lideranças da oposição programam grandes manifestações para o próximo domingo, data que marca a Independência do Brasil. Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG) convocam apoiadores a ocuparem capitais como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Senador Magno Malta (PL-ES), pastor Silas Malafaia e o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) reforçam o ato, que tem como palavras de ordem “fora Moraes”, “fora Lula” e “anistia já”.

Defesa questiona rito

Advogados e juristas apontam aceleração processual, cerceamento de defesa e escolha da Primeira Turma, e não do plenário completo, como sinais de parcialidade. Para Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, os votos dos cinco ministros já estariam prontos; a única possibilidade de mudança, diz, seria um pedido do ministro Luiz Fux para levar o caso ao colegiado de 11 integrantes.

Cenário político

Para o cientista político Leonardo Barreto, da Think Policy, a condenação é considerada provável, mas seus efeitos permanecem imprevisíveis. Eventuais sanções de Washington obrigariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a defender o STF e reagir diplomaticamente, o que pode elevar a tensão institucional e influenciar as articulações para as eleições de 2026.

Pena em discussão

Nos bastidores, aliados e adversários já debatem onde Bolsonaro cumpriria eventual sentença. Entre as hipóteses estão cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda, prisão domiciliar ou sala da Polícia Federal — esta última limitada a prisão preventiva. A alternativa de acomodação em unidade militar foi descartada por Moraes.

Casa Branca acompanha

A administração Trump convidou Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo para assistirem ao julgamento na Casa Branca, de onde atualizariam autoridades americanas e tratariam de possíveis reações mais duras ao veredicto do STF.

Atos preliminares

Neste domingo, 31 de agosto, apoiadores realizaram carreata, concentração e oração em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. A movimentação serviu de ensaio para os protestos do Dia da Independência.

Com informações de Gazeta do Povo