Partidos e lideranças de direita registram crescimento nas pesquisas eleitorais em diversas regiões do mundo diante do aumento do custo de vida, da insatisfação com políticas migratórias e da percepção de insegurança. A conclusão consta de análise divulgada em 31 de agosto de 2025 pelo The Wall Street Journal.
Europa concentra virada nas intenções de voto
Na França, o Reagrupamento Nacional (RN), comandado por Marine Le Pen e pelo presidente do partido, Jordan Bardella, mantém liderança constante nos levantamentos de opinião. A sigla informou que votará contra o governo na próxima moção de confiança na Assembleia Nacional, elevando a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron para a convocação de novas eleições parlamentares.
No Reino Unido, o Reform UK, de Nigel Farage, anotou avanço expressivo e já aparece à frente do Partido Trabalhista e do Partido Conservador em alguns cenários. A sigla tem capitalizado a insatisfação com a imigração — legal e ilegal — e com o uso de hotéis para alojar migrantes.
Na Alemanha, o Alternativa para a Alemanha (AfD) superou recentemente a União Democrata Cristã (CDU) nas pesquisas, mesmo com a redução do fluxo migratório. O partido atribui o desempenho à recessão econômica e promete maior autonomia frente à União Europeia, além da deportação de estrangeiros em situação irregular.
Estados Unidos e América Latina seguem tendência
Nos Estados Unidos, lideranças conservadoras também ampliam apoio, sobretudo em áreas afetadas por crise econômica ou aumento da violência.
Imagem: MATHIEU CUGNOT
Na América Latina, o Chile destaca-se: partidos de direita ganham respaldo do eleitorado em meio à instabilidade econômica e à criminalidade. O WSJ cita ainda o Brasil, onde a direita permanece influente, e observa fortalecimento do conservadorismo na Colômbia e no Peru, países marcados por problemas de segurança e escândalos de corrupção. No México, embora o governo federal seja de esquerda, grupos conservadores regionais têm avançado em pautas econômicas e de segurança.
De acordo com o jornal, o fenômeno reflete a percepção de parte do eleitorado de que governos progressistas não respondem de maneira eficaz às preocupações sobre imigração, inflação e segurança pública.
Com informações de Gazeta do Povo