A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, em julgamento no plenário virtual realizado na sexta-feira (22), para receber a denúncia contra Glaudiston da Silva Cabral. Ele é acusado de gravar e divulgar vídeos nos quais chamou o ministro Alexandre de Moraes de “satanista” e o acusou de sacrificar crianças em rituais de magia negra.
O caso tramita no inquérito 4.781, conhecido como “inquérito das fake news”. Moraes, relator do processo, votou pelo recebimento da denúncia e afirmou que Cabral incitou as Forças Armadas a agirem contra os Poderes constituídos, estimulando a prática de golpe de Estado. Segundo o ministro, as condutas guardam conexão com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Medidas cautelares
Em abril de 2024, Moraes já havia imposto a Cabral uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acessar redes sociais e de se aproximar da Praça dos Três Poderes ou de ministros do Supremo, mantendo distância mínima de 500 metros.
Conteúdo dos vídeos
Nos materiais publicados, Cabral afirmou estar “de saco cheio” de um país em que “210 milhões de brasileiros aceitam que 11 vagabundos” — referência aos ministros do STF — “digam como a gente tem que viver”.
Defesa contesta competência do STF
A Defensoria Pública da União (DPU), que representa o acusado, sustenta que o processo não deveria tramitar no Supremo e alega impedimento de Moraes por ser parte ofendida e relator. A defesa ainda afirma que a denúncia não descreve com precisão os atos atribuídos ao réu e questiona a ligação dos vídeos com os acontecimentos de 8 de janeiro, destacando que parte das publicações ocorreu após essa data.
Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom via gazetadopovo.com.br
Com a aceitação da denúncia, Glaudiston da Silva Cabral passa à condição de réu e responderá às acusações na própria Corte.
Com informações de Gazeta do Povo
