No programa “Última Análise”, transmitido na noite de quinta-feira (21), convidados avaliaram a decisão da Polícia Federal de indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia sob acusação de obstrução de investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
Durante o debate, o jurista André Marsiglia sustentou que não há elementos graves nas conversas apreendidas pela PF. “Fica evidente que se trata de um debate interno, sem a organização necessária para configurar um golpe”, afirmou. Para ele, a irregularidade recai sobre o vazamento das mensagens, e não sobre seu teor, já que não haveria interesse público que justificasse a divulgação.
Mensagens reveladas
Os investigadores incluíram no inquérito trocas de mensagens entre Jair e Eduardo Bolsonaro, nas quais o filho critica o pai de forma contundente. Também foram anexados áudios em que Malafaia pressiona o ex-presidente a adotar postura mais firme em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo relatório da PF, Malafaia teria aderido ao “intento criminoso” ao traçar estratégias, difundir narrativas consideradas falsas e coordenar ações para constranger integrantes do Judiciário. O escritor Francisco Escorsim, outro participante do programa, contestou essa interpretação: “O simples fato de pai e filho conversarem sobre como se defender passa a ser visto como conspiração”, criticou.
Possível prisão preventiva
Algumas das mensagens anexadas ao inquérito foram consideradas, pelo ministro Alexandre de Moraes, suficientes para autorizar eventual prisão preventiva em cela da Polícia Federal. A defesa de Bolsonaro deve apresentar esclarecimentos nesta sexta-feira (22).
Imagem: André Borges via gazetadopovo.com.br
Marsiglia argumentou que a intenção, ao tornar públicas as conversas, seria enfraquecer politicamente o ex-presidente. “O que assusta quem está no poder é o bolsonarismo, não o conteúdo dessas mensagens”, afirmou.
O “Última Análise” é exibido ao vivo no canal da Gazeta do Povo no YouTube, de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, com foco em discussões aprofundadas sobre temas nacionais.
Com informações de Gazeta do Povo
