Levantamento do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) aponta que, dos 234 mandados de prisão expedidos por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que seguem sem cumprimento, 233 foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes. O número corresponde a 99,58% do total. O único mandado restante é de autoria do ministro Luiz Fux.
Os dados foram obtidos pelo portal Metrópoles e confirmados pela Gazeta do Povo junto ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O relatório considera apenas os alvos classificados como foragidos, excluindo casos em que a prisão já foi efetivada.
Mandados recentes
O mandado mais recente emitido por Moraes recai sobre Diego Dias Ventura, identificado como uma das lideranças do acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Condenado a 14 anos de prisão, Ventura rompeu a tornozeleira eletrônica no início de julho, logo após a sentença, e é considerado foragido.
Casos ligados aos atos de 8 de janeiro
Entre os procurados está Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como “Léo Índio”, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele se encontra na Argentina e teve a prisão preventiva decretada por Moraes no inquérito que apura os atos de 8 de janeiro de 2023. A Polícia Federal cancelou o passaporte do investigado.
O mandado mais antigo expedido por Moraes e ainda pendente também se relaciona aos eventos de 8 de janeiro. Marcos Alexandre Mataveli de Morais, ex-vice-prefeito de Pancas (ES), teve a prisão decretada em julho de 2023 e continua foragido.
Imagem: Joédson Alves via gazetadopovo.com.br
Único mandado em aberto de Luiz Fux
Assinado em dezembro de 2018, o mandado de Luiz Fux determina a prisão preventiva do italiano Paolo Colliva, acusado de tráfico de drogas em Milão. A ordem inclui a extradição do réu para a Itália. Não há, até o momento, novas informações públicas sobre o paradeiro do acusado.
Com os dados do BNMP, a predominância de Alexandre de Moraes na emissão de mandados pendentes ilustra o impacto de suas decisões nas investigações conduzidas pelo Supremo, especialmente nos processos relacionados aos episódios de 8 de janeiro.
Com informações de Gazeta do Povo
