Diversos moradores de Havana saíram às ruas na terça-feira (19) para protestar contra a prolongada escassez de água que atinge a capital cubana. Com baldes e recipientes vazios, manifestantes bloquearam avenidas e exigiram respostas imediatas do governo comandado por Miguel Díaz-Canel.
O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), entidade que monitora a situação da ilha, acompanhou os atos e destacou a gravidade do cenário. Em publicação na rede X, a organização afirmou que “os cubanos estão cansados da indiferença diante da crescente pobreza”, que, segundo o grupo, afeta 89% das famílias.
Órgão estatal reconhece crise
O Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos, responsável pelo abastecimento, admitiu que o sistema vive um momento crítico. De acordo com o presidente do órgão, Antonio Rodríguez, a combinação de seca prolongada e falhas nos equipamentos de bombeamento reduz drasticamente a distribuição.
Rodríguez informou que cerca de 248 mil pessoas não recebem água de forma regular devido a problemas elétricos recorrentes. Fora de Havana, a situação também é delicada: nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Ciego de Ávila, aproximadamente 860 mil habitantes convivem com a falta de abastecimento.
Rede deteriorada
Opositores cubanos que vivem no exterior estimam que seriam necessários entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões para recuperar a infraestrutura hídrica, prejudicada por décadas de uso sem manutenção adequada e sem investimentos estruturais.
Imagem: Felipe Borrego via gazetadopovo.com.br
Os protestos desta semana somam-se a uma série de manifestações recentes motivadas por carências básicas, como energia e alimentos, em diferentes regiões da ilha.
Com informações de Gazeta do Povo
