Trípoli (Líbia) – A Anistia Internacional solicitou a libertação imediata de 11 cristãos condenados em abril por um tribunal de Trípoli a penas que variam de três a 15 anos de prisão. O grupo, composto por dez líbios e um paquistanês, foi acusado de “insultar o Islã” e de “promover a ideologia do cristianismo”.
Segundo a entidade de direitos humanos, o processo violou padrões internacionais: os réus não tiveram acesso a advogados, não foram apresentadas provas e nenhuma testemunha foi ouvida. As detenções começaram em março de 2023, conduzidas pela Agência de Segurança Interna (ISA), sob alegação de proselitismo — prática que não configura crime na legislação líbia.
Durante a investigação, a Anistia apurou que os detidos foram torturados e forçados a confessar crimes durante interrogatórios sem assistência jurídica. Contato com familiares também foi restringido. Uma das esposas relatou que só conseguiu falar com o marido após cinco meses, período em que a filha do casal, então com um ano, aguardava notícias do pai.
A organização pede que o Ministério Público líbio revise os processos, liberte imediatamente os acusados e conduza investigações independentes sobre tortura e detenções arbitrárias. Para a Anistia, as condenações devem ser anuladas, pois resultam unicamente do exercício pacífico da fé cristã.
Imagem: folhagospel.com
A Líbia ocupa o quarto lugar na Lista Mundial da Perseguição, elaborada pela Missão Portas Abertas, que classifica os países mais hostis aos seguidores de Jesus.
Com informações de Folha Gospel