O Departamento de Estado dos Estados Unidos deve tornar público nesta terça-feira (12) o seu relatório anual sobre direitos humanos, contendo críticas severas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a medidas consideradas repressivas contra simpatizantes da direita no Brasil.
A informação foi divulgada pelo jornal The Washington Post nesta segunda-feira (11), com base em documentos preliminares obtidos junto ao governo norte-americano. Segundo o periódico, o relatório aponta que o governo brasileiro suprimiu de maneira desproporcional a liberdade de expressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, citando Moraes como o responsável direto por ações que afetaram opositores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o Post, o documento relata que o ministro ordenou pessoalmente a suspensão de mais de 100 contas na plataforma X (antigo Twitter), o que atingiu comunicadores e integrantes do campo conservador brasileiro.
Sanções já aplicadas
Moraes figura atualmente na lista de penalidades da Lei Magnitsky, adotada pelos Estados Unidos para punir violações de direitos humanos. Além dele, outros sete ministros do STF tiveram o visto americano suspenso. O secretário de Estado, Marco Rubio, sustenta que o magistrado praticou “graves abusos”, incluindo detenções arbitrárias, negação de garantias de julgamento justo e violações à liberdade de expressão.
Apesar das sanções, Moraes continua exercendo suas funções normalmente no Supremo.
Imagem: Andre Borges via gazetadopovo.com.br
Outros países citados
O relatório também deverá criticar a África do Sul, mencionando a expropriação de terras de fazendeiros africâneres e outras minorias, além da insatisfação dos EUA com o apoio de Pretória a ações contra Israel na Corte Internacional de Justiça.
O documento será divulgado oficialmente nesta terça-feira, com detalhamentos sobre a situação de direitos humanos em diversos países.
Com informações de Gazeta do Povo
