Caracas – O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou nesta segunda-feira (11) a prisão da defensora de direitos humanos Martha Lía Grajales, desaparecida desde a sexta-feira (8).
Em nota divulgada nas redes sociais, o Ministério Público acusou a ativista de incitação ao ódio, conspiração com governo estrangeiro e associação criminosa. De acordo com o comunicado, as acusações estão relacionadas a “atos contra as instituições venezuelanas e a paz da República”.
Segundo o portal Efecto Cocuyo, familiares de Grajales passaram o fim de semana percorrendo carceragens na capital venezuelana, mas não obtiveram confirmação oficial sobre o paradeiro dela até o pronunciamento desta segunda.
Protesto em frente à ONU
A última vez que Grajales foi vista foi durante um ato em frente ao escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Caracas, em 8 de agosto. A manifestação respondia à agressão sofrida dois dias antes por mães de presos políticos que faziam vigília diante do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
De acordo com a ONG Provea, as mulheres foram atacadas por grupos paramilitares na noite de 5 de agosto com objetos contundentes e chutes, enquanto cobravam a revisão dos processos de opositores detidos.

Imagem: Fábio Galão via gazetadopovo.com.br
Reação internacional
Em postagem na rede social X, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (OHCHR) informou que o comissário Volker Türk pediu a libertação imediata de Martha Lía Grajales. O órgão também exigiu que família e advogado sejam informados sobre a localização da ativista e que seus direitos fundamentais sejam garantidos.
Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não comentou publicamente o pedido da ONU.
Com informações de Gazeta do Povo