A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou, na quinta-feira (7), uma postagem do subsecretário de Estado para Diplomacia Pública, Darren Beattie, que adverte sobre a possibilidade de novas medidas contra pessoas próximas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O repasse da mensagem ocorreu no mesmo dia em que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se em Brasília com o encarregado de negócios da representação norte-americana, Gabriel Escobar.
Mensagem no X
No texto publicado por Beattie na véspera, o integrante do Departamento de Estado afirma que Moraes “viola direitos humanos”, cita sanções já impostas ao magistrado com base na Lei Magnitsky e alerta aliados do ministro para que “não apoiem nem facilitem” suas ações. “Estamos monitorando a situação de perto”, acrescenta a publicação, reproduzida pelo perfil oficial da embaixada no X (antigo Twitter).
Tarifa de 50% contra produtos brasileiros
Um dia antes, na quarta-feira (6), entrou em vigor uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros decretada pelo governo do presidente Donald Trump. Segundo Washington, um dos motivos para a sobretaxa é o processo no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O governo norte-americano classificou o julgamento como “caça às bruxas”.
Cerca de 700 itens ficaram de fora da tarifa, entre eles suco e polpa de laranja, além de aeronaves civis.
Sanções já aplicadas
Na semana anterior, o Departamento do Tesouro dos EUA bloqueou todos os bens que Moraes possua em território norte-americano ou sob controle de cidadãos dos Estados Unidos. A medida também proíbe transações comerciais com o ministro, salvo autorização da Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), e alcança empresas nas quais ele detenha participação igual ou superior a 50%.

Imagem: André Borges via gazetadopovo.com.br
Em 18 de julho, o Departamento de Estado revogou os vistos de Moraes, de outros integrantes do STF e de seus familiares, impedindo o grupo de ingressar nos Estados Unidos.
As ações contra o magistrado fundamentam-se na Lei Magnitsky, legislação que permite a Washington sancionar indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos em qualquer parte do mundo.
Com informações de Gazeta do Povo