Brasília — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7) que analisa imagens do plenário para definir se haverá sanções a parlamentares da oposição que impediram o início dos trabalhos na véspera.
O grupo ocupou a Mesa Diretora na noite de quarta-feira (6) em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na segunda-feira (4).
“Estamos examinando os vídeos. Há pedidos de líderes para punir parlamentares que se excederam. A Mesa está deliberando e não descartamos suspender mandatos”, declarou Motta ao portal Metrópoles.
Impasse e reforço da segurança
A sessão marcada para as 20h30 de quarta-feira começou com tensão. A Polícia Legislativa reforçou a segurança, mas Motta só alcançou a cadeira da presidência após mais de duas horas. O deputado Zé Trovão (PL-SC) bloqueou a escada com a perna, liberando a passagem depois de breve disputa. Já no púlpito, Motta levou cerca de cinco minutos para chegar à poltrona, mas não pôde sentar porque Marcel Van Hattem (Novo-RS) se recusava a deixar o lugar.
Outros parlamentares intervieram, e o Partido dos Trabalhadores apresentou representação ao Conselho de Ética pedindo punição a Van Hattem.
Ameaça de suspensão
Antes da sessão, Motta avisou que poderia suspender por até seis meses quem continuasse a obstrução física. “Não estamos num ringue de boxe”, disse. “O presidente deve usar o regimento, não a força, para garantir a normalidade.”

Imagem: Marina Ramos via gazetadopovo.com.br
Para o deputado, o fato de os trabalhos terem sido retomados sem confrontos físicos já representa avanço. “Vencemos sem disparar um tiro, sem ferir ninguém. A ordem foi restabelecida e a obstrução deve ocorrer no painel de votação, não no corpo a corpo”, afirmou.
Agora, a Mesa Diretora avalia se aplica o artigo que prevê suspensão temporária de mandato a quem impedir o funcionamento do plenário.
Com informações de Gazeta do Povo