Home / Notícias / Violência jihadista deixa mais de 22 mil mortos na África em um ano, aponta centro de estudos

Violência jihadista deixa mais de 22 mil mortos na África em um ano, aponta centro de estudos

rss featured 16087 1754589531
Spread the love

Militantes islâmicos foram responsáveis pela morte de 22.307 pessoas entre 1º de julho de 2023 e 30 de junho de 2024 nas regiões oeste, leste e central da África, segundo levantamento do Centro Africano de Estudos Estratégicos (ACSS). A maioria das vítimas era cristã.

Escalada de ataques

O relatório indica crescimento de 60% no número de óbitos em relação ao período de 2020 a 2022. Somente no Sahel — faixa que corta países como Mali, Chade, Nigéria, Burkina Faso e Camarões — ocorreram 10.685 mortes no último ano.

Além do Sahel, a Bacia do Lago Chade e a Somália concentram 99% dos casos fatais ligados a insurgentes islâmicos no continente. Ao todo, cerca de 950 mil quilômetros quadrados de áreas povoadas estão fora do controle de governos africanos, território comparável ao tamanho da Tanzânia.

Congo registra massacres recentes

O estudo foi divulgado logo após dois atentados na província de Ituri, leste da República Democrática do Congo. Na cidade de Komanda, combatentes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), ligadas ao Estado Islâmico, invadiram uma igreja e mataram 43 fiéis. Dias antes, outro ataque na mesma região deixou 66 mortos.

Principais grupos em ação

Dez facções jihadistas são citadas como responsáveis pelo aumento da letalidade. No Sahel, a coalizão Jamaat Nusrat ul-Islam wa al-Muslimin (JNIM), com cerca de 7 mil combatentes, responde por mais de 80% das mortes na área e controla mais da metade do território no sul de Burkina Faso e em parte do Mali.

Na Somália, o Al Shabaab intensificou ofensivas e provocou 6.224 mortes entre 2024 e 2025. O grupo, que arrecada aproximadamente US$ 200 milhões por ano em extorsões, pedágios e pirataria, conta com 7 mil a 12 mil integrantes. A presença do Estado Islâmico na Somália também preocupa: autoridades das Nações Unidas apontam o país como centro administrativo e financeiro global do ISIS.

Violência jihadista deixa mais de 22 mil mortos na África em um ano, aponta centro de estudos - Imagem do artigo original

Imagem: Reprodução via folhagospel.com

Uso de tecnologia e mídia social

Segundo o ACSS, facções jihadistas ampliaram o emprego de redes sociais, drones e ferramentas de inteligência artificial para recrutar apoiadores, divulgar propaganda e planejar ofensivas em Nigéria, Mali e Burkina Faso.

Conflito afeta civis e forças estatais

O relatório atribui 17.700 mortes de civis a ações de forças governamentais e milícias aliadas africanas. Ao mesmo tempo, juntas militares que assumiram o poder em Mali, Burkina Faso e Níger têm restringido o acesso da imprensa, o que pode subnotificar a dimensão da violência.

A pesquisa ainda contabiliza mais de 150 mil óbitos provocados por militantes islâmicos em toda a África na última década, sinalizando uma tendência de expansão territorial e aumento da intensidade dos ataques.

Com informações de Folha Gospel