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Medvedev cita sistema nuclear “Mão Morta” e leva Trump a posicionar submarinos dos EUA

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Washington (EUA) / Moscou (Rússia) – O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, voltou a recorrer à retórica nuclear ao mencionar o sistema automático de retaliação “Mão Morta” em mensagem no Telegram, divulgada na semana passada. A publicação foi uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia dado a Moscou prazo de dez dias para negociar um cessar-fogo na Ucrânia, sob ameaça de tarifas secundárias.

Em tom desafiante, Medvedev sugeriu que Trump deveria recordar “filmes de mortos-vivos” e “de quão perigosa é a chamada Mão Morta”, em referência ao mecanismo russo capaz de ordenar um contra-ataque nuclear caso os centros de comando do país sejam destruídos.

No dia seguinte, Trump informou ter enviado dois submarinos nucleares norte-americanos para “regiões apropriadas”, afirmando que a medida serviria como precaução caso as declarações de Medvedev “sejam mais do que palavras”.

Troca de provocações se repete desde 2022

Medvedev, que governou a Rússia entre 2008 e 2012 e atualmente ocupa posto-chave no Conselho de Segurança, tem sido um dos principais porta-vozes do Kremlin em ameaças relacionadas a armas nucleares desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Nos meses recentes:

  • Em maio de 2025, reagiu a comentários de Trump sobre Vladimir Putin “brincar com fogo”, lembrando que “apenas a Terceira Guerra Mundial” seria “realmente ruim”.
  • Em abril, ao marcar 15 anos do tratado Novo Start, acusou Estados Unidos e aliados de conduzirem o mundo “à beira” de um conflito nuclear ao manterem sanções e apoio militar a Kiev.
  • Em 2022, advertiu que qualquer tentativa de punir Moscou por crimes de guerra seria “loucura” diante do arsenal nuclear russo e, após a anexação de quatro regiões ucranianas, afirmou que o país poderia usar “todas as armas”, inclusive estratégicas, para defendê-las.

Kremlin tenta reduzir tensão

Após o novo confronto verbal, o porta-voz presidencial Dmitri Peskov declarou, em 4 de agosto, que “diferentes pontos de vista” existem dentro do governo russo, mas reforçou que apenas o presidente Vladimir Putin define a política externa do país.

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Imagem: SPUTNIK via gazetadopovo.com.br

A troca de ameaças ocorre enquanto Washington pressiona por negociações de paz e considera ampliar sanções secundárias, que podem atingir parceiros comerciais de Moscou, como a Índia. Trump também avalia reunir-se com Putin na próxima semana, segundo a imprensa norte-americana.

Até o momento, apesar de reiteradas advertências, a Rússia não empregou armas nucleares no conflito, que se aproxima de três anos e meio de duração.

Com informações de Gazeta do Povo