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Ciro Nogueira evita apoiar impeachment de Alexandre de Moraes por receio de derrota no plenário

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) não aderiu ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apresentado pela oposição no Senado. Líder do Progressistas e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Nogueira avaliou que a proposta não reúne os 54 votos necessários para avançar em plenário e, por isso, prefere manter-se distante da iniciativa.

O movimento pelo afastamento de Moraes precisa de 41 assinaturas para ser protocolado e de 54 votos para aprovação. Até 6 de agosto de 2025, o placar extraoficial indicava 40 senadores favoráveis, 19 contrários e 22 indecisos. Entre os que ainda não definiram posição estão Nogueira e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Em entrevista nesta quarta-feira (6), o parlamentar piauiense foi direto: “Sinceramente, só entro em impeachment quando puder acontecer, como foi o caso da Dilma. O Congresso não tem 54 senadores para aprovar um impeachment”. Ele acrescentou que, mesmo que houvesse 80 assinaturas, Alcolumbre não abriria o processo.

Temor de precedentes e retaliações

Nos bastidores, aliados afirmam que Nogueira não quer protagonizar uma disputa cuja derrota poderia blindar politicamente Moraes. Um revés em plenário, avaliam congressistas, criaria o precedente de que o Senado rejeitou o mérito do afastamento, dificultando novas tentativas em legislaturas futuras.

Parte do Centrão resiste ao embate com o STF por três motivos: cálculo eleitoral, risco de retaliação jurídica e dependência de decisões da Corte em pautas como emendas parlamentares, marco temporal e ações individuais. “Hoje todo mundo tem medo de ser investigado. Ninguém quer virar alvo”, resumiu um senador do bloco.

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Imagem: Andressa Anholete via gazetadopovo.com.br

Mobilização da oposição

Apesar da cautela do Centrão, a oposição intensificou a coleta de assinaturas. O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) confirmou apoio ao impeachment, alegando que o Legislativo não pode “aplaudir abusos, censura nem perseguição política”. Já o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), disse que falta apenas uma assinatura para protocolar o pedido: “Nunca estivemos tão perto”.

Mesmo que alcance as 41 assinaturas, a tramitação depende de Davi Alcolumbre. Sem sua decisão de pautar o tema, o processo não avança. Por ora, a expectativa é de que o Centrão continue observando de longe até haver certeza de vitória — cenário ainda distante, segundo parlamentares.

Com informações de Gazeta do Povo