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Galípolo assegura que PIX continuará público e fora de tratativas com os EUA

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Brasília – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (6) que o sistema de pagamentos instantâneos PIX permanecerá como infraestrutura pública e não fará parte das negociações relacionadas às sanções comerciais avaliadas pelo governo dos Estados Unidos.

Em evento realizado no Rio de Janeiro, Galípolo reforçou que não há intenção de privatizar a plataforma criada pelo BC em 2020. “É fundamental que o PIX continue sendo uma infraestrutura pública digital desenvolvida pelo Banco Central”, declarou.

A posição do chefe da autoridade monetária foi divulgada um dia depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter descartado qualquer possibilidade de transferência da tecnologia para a iniciativa privada.

Investigação norte-americana

O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) abriu em julho uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O relatório preliminar cita o PIX como exemplo de suposta prática que distorce a concorrência em serviços de pagamentos eletrônicos, alegando prejuízo a empresas e trabalhadores norte-americanos — setor dominado globalmente pelas companhias norte-americanas Visa e Mastercard.

“Pensar em privatização seria inimaginável, pois poderia gerar conflito de interesses na gestão e no acesso de participantes”, acrescentou Galípolo. Segundo ele, manter o sistema dentro do Banco Central garante “uma rodovia onde todos podem circular, desde que sigam as mesmas regras”.

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Imagem: reprodução via gazetadopovo.com.br

Além do PIX, a investigação do USTR abrange tarifas de importação, comércio digital, etanol, propriedade intelectual e possíveis medidas consideradas discriminatórias contra empresas dos Estados Unidos. O órgão pretende verificar se essas práticas são “irracionais” ou impõem ônus ao comércio americano.

A declaração de Galípolo busca afastar dúvidas sobre o futuro do meio de pagamento, que hoje reúne cerca de 160 milhões de usuários no Brasil, segundo dados do próprio BC.

Com informações de Gazeta do Povo