Determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite de segunda-feira (4), provocou reações distintas entre os 27 governadores. Aliados do ex-chefe do Executivo classificaram a decisão como excessiva, enquanto gestores que buscam manter distância da polarização optaram por discurso mais moderado.
Aliados falam em “medida extrema” e “perseguição”
Apontado como principal herdeiro político de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, chamou a ordem de “absurda” e disse que a democracia brasileira “está sendo destruída”. Para ele, o ex-presidente foi “condenado antes mesmo de qualquer comprovação de crime”.
No Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) declarou que a prisão domiciliar “acirra tensões” e “aprofunda divisões” no país. Já o mineiro Romeu Zema (Novo) avaliou a medida como “mais um capítulo de perseguição política” e falou em “democracia do medo”.
De Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) divulgou vídeo no qual afirma que “não é prendendo o maior líder de direita dos últimos anos” que se restabelecerá a paz. Ele defendeu que as instituições “acalmem o jogo”.
Ronaldo Caiado (União), de Goiás, também manifestou solidariedade e afirmou que Bolsonaro “já se encontra condenado antes do fim do julgamento”. O governador aproveitou para defender “liderança capaz de pacificar o Brasil” nas eleições de 2026.
Wilson Lima (União), do Amazonas, sustentou que a liberdade de expressão é “direito sagrado” e que não deveria haver punição antecipada. Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, não se pronunciou; sua vice, Celina Leão (PP), considerou a detenção “drástica e desnecessária”.

Imagem: André Borges via gazetadopovo.com.br
Tom moderado pede equilíbrio entre Poderes
Entre os que adotaram cautela, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, afirmou que “brigas não colocam comida na mesa” e pediu harmonia institucional. O gaúcho Eduardo Leite (PSD) disse receber a notícia com “desânimo” e lamentou que um ex-presidente seja preso antes de julgamento definitivo. Ele lembrou que, desde a redemocratização, apenas Fernando Henrique Cardoso não enfrentou prisão ou impeachment após deixar o Planalto.
A ordem de prisão partiu após Moraes entender que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares, incluindo a proibição de usar redes sociais de terceiros. No domingo (3), o ex-mandatário participou por videochamada de ato em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Com informações de Gazeta do Povo