Washington (01/08/2025) – A Casa Branca divulgou na noite de quinta-feira a lista definitiva de tarifas que entrarão em vigor dentro de sete dias sobre importações de dezenas de países. O Brasil foi incluído na faixa mais elevada, com sobretaxa de 50%, enquanto a Argentina terminou com a alíquota mínima de 10%.
A medida consta de uma ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O texto determina que “mercadorias de qualquer parceiro comercial estrangeiro não listadas no Anexo I estarão sujeitas a um imposto ad valorem adicional de 10%, segundo os termos da Ordem Executiva 14.257, conforme alterada, salvo disposição em contrário”. Como a Argentina não recebeu valor específico no anexo, aplica-se a taxa-base de 10%.
Para 70 países mencionados nominalmente, as sobretaxas variam entre 15% e 50%. O Brasil aparece no teto da tabela, com 50% de tarifa sobre produtos exportados aos Estados Unidos.
Alinhamento de Milei garante alíquota menor
O governo de Javier Milei, aliado político de Trump, vem negociando benefícios comerciais e de segurança com Washington nos últimos meses. Segundo o jornal argentino Clarín, interlocutores do presidente afirmam que as conversas continuam para buscar novas concessões.
Nesta semana, a Casa Rosada recebeu a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem. Durante a visita, foram assinados dois acordos: um na área de segurança e outro referente à carta de adesão da Argentina ao programa de isenção de visto norte-americano, que permitirá entrada de argentinos nos EUA sem a necessidade de entrevista consular. A implementação ainda depende do cumprimento de requisitos técnicos.

Imagem: Matias Martín Campaya via gazetadopovo.com.br
Intercâmbio comercial bilateral
Os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações argentinas em 2024, atrás apenas do Brasil, somando US$ 6,454 bilhões. No sentido inverso, as mercadorias norte-americanas ocuparam o terceiro lugar na pauta de importações da Argentina, com US$ 6,226 bilhões, ficando atrás de Brasil e China.
Com a nova tarifa, o governo brasileiro precisará arcar com a sobretaxa máxima de 50% para vender seus produtos nos EUA, enquanto a Argentina parte de 10% e mantém negociações para possíveis reduções futuras.
Com informações de Gazeta do Povo