O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de urgência para a tarde desta quarta-feira (30), no Palácio do Planalto, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelecer tarifa de 50% sobre parte dos produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano. Alguns itens ficaram de fora da elevação do imposto.
Devem participar do encontro o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).
Durante cerimônia de sanção de uma lei de proteção aos direitos dos animais, Lula justificou a convocação: “Vou me reunir ali para defender outra soberania: a soberania do povo brasileiro em função das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos.”
Tensão diplomática
O clima entre Brasília e Washington também se acirrou após declarações de autoridades norte-americanas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, afirmou que “as sanções contra o juiz Moraes hoje deixam claro que o presidente Trump leva a sério o complexo de censura e perseguição no Brasil, do qual Moraes foi o principal arquiteto”. Beattie acrescentou: “Aqueles que foram cúmplices das violações de direitos humanos de Moraes devem tomar nota.”
Responsável pela diplomacia americana, o senador Marco Rubio reforçou as críticas, dizendo que Moraes cometeu “graves violações dos direitos humanos” e alertou: “Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los.”
Em comunicado oficial do Departamento de Estado, Rubio acusou o ministro do STF de promover prisões arbitrárias, restringir garantias legais e desrespeitar a liberdade de expressão. Segundo o texto, Moraes “abusou de sua autoridade ao se envolver em um esforço direcionado e politicamente motivado, projetado para silenciar críticos políticos por meio da emissão de ordens secretas que obrigavam plataformas on-line, incluindo empresas de mídia social dos EUA, a banir as contas de indivíduos que postassem discursos protegidos”.
A reunião convocada por Lula ocorre em meio a esse cenário de tensão comercial e diplomática entre os dois países.
Com informações de Direita Online