O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou nesta terça-feira (29) que o Reino Unido reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina em setembro, antes do início da Assembleia Geral das Nações Unidas, caso Israel não apresente avanços “substanciais” para encerrar a ofensiva na Faixa de Gaza.
Starmer condicionou o reconhecimento a três pontos: estabelecimento de um cessar-fogo imediato, compromisso com a solução de dois Estados e autorização para que a ONU envie ajuda humanitária à região, além de uma garantia de que não haverá anexação da Cisjordânia.
“O Reino Unido reconhecerá a Palestina em setembro, a menos que Israel tome medidas concretas para pôr fim à situação catastrófica em Gaza”, afirmou o premiê, em coletiva de imprensa onde respondeu a perguntas de jornalistas.
Reação de Israel
O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou o anúncio como uma “recompensa” ao Hamas, grupo considerado terrorista por Tel Aviv, e alegou que a mudança de postura de Londres prejudica as negociações para um cessar-fogo duradouro e para a libertação de reféns.
“A decisão britânica, somada à recente iniciativa francesa, recompensa o Hamas e dificulta os esforços para alcançar um acordo”, disse a chancelaria israelense em nota.
Contexto internacional
No dia 24, o presidente da França, Emmanuel Macron, avisou que seu país também reconhecerá a Palestina na próxima Assembleia Geral da ONU. Antes, Espanha, Irlanda e Noruega já haviam adotado o mesmo posicionamento.

Imagem: Chris Ratcliffe via gazetadopovo.com.br
Além disso, representantes de Estados Unidos e Israel abandonaram na semana passada uma rodada de negociações em Doha, no Catar, acusando o Hamas de falta de disposição para firmar um cessar-fogo.
Starmer reafirmou que Londres continuará a apoiar iniciativas diplomáticas, mas ressaltou que “o tempo está se esgotando” para evitar uma escalada ainda maior do conflito.
Com informações de Gazeta do Povo