Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (28) o planejamento emergencial preparado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), destinado a amparar empresas brasileiras que poderão ser mais prejudicadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, previstas para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º).
Segundo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o documento é “completo e bem estruturado”, mas o governo prioriza, nesta semana, a busca de um acordo com Washington. “Estamos dialogando pelos canais institucionais, sob reserva”, declarou o vice-presidente, que conduz as tratativas acompanhado do chanceler Mauro Vieira.
Detalhes do plano ainda não divulgados
O conteúdo do plano de contingência segue sob sigilo até que a Casa Branca formalize todos os itens do pacote tarifário. De acordo com Haddad, as possibilidades técnicas já foram apresentadas a Lula e aguardam o aval presidencial para eventual implementação paralela à negociação diplomática.
Mesmo diante da confirmação do ex-presidente Donald Trump de manter as taxas adicionais a partir de 1º de agosto, o ministro reforçou que o Brasil não pretende abandonar o diálogo. “O país permanece na mesa de negociação em tempo integral”, afirmou.
Conversas com autoridades americanas
No último dia 19, Alckmin voltou a conversar com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reiterando a disposição brasileira de manter o canal aberto. Não há, até o momento, confirmação de um encontro direto entre Lula e Trump, mas essa alternativa é defendida por um grupo de senadores brasileiros que está em Washington mobilizando empresários e parlamentares norte-americanos.
Lula, por sua vez, adotou tom conciliador ao comentar o assunto nesta segunda-feira (28). O presidente disse esperar que Trump reconheça a relevância da relação bilateral e opte por “resolver as divergências na mesa de negociação, e não de maneira abrupta”.

Imagem: Marcelo Camargo via gazetadopovo.com.br
Possíveis medidas de retaliação
Em nota oficial, o Palácio do Planalto reiterou a disposição para o diálogo, mas enfatizou que a soberania nacional é “inegociável”. O comunicado indica que, caso a via diplomática fracasse, o Brasil está preparado para adotar contramedidas a fim de proteger sua economia.
O tarifaço norte-americano passará a valer em 1º de agosto e atinge principalmente produtos siderúrgicos e aeronáuticos brasileiros, segundo fontes do governo. Estados produtores e empresas do setor já cobram uma resposta rápida de Brasília.
Com informações de Gazeta do Povo