O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite de sexta-feira (25) que o Governo do Distrito Federal reinstale as grades em torno da Praça dos Três Poderes, em Brasília. A medida ocorre 541 dias depois de uma cerimônia que, em 1º de fevereiro de 2024, removeu as barreiras e foi apresentada como símbolo do retorno à “normalidade democrática”.
Na nova decisão, Moraes argumenta que o isolamento é necessário para garantir o funcionamento das instituições, após um protesto silencioso do deputado Hélio Lopes (PL-RJ), que pedia anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro de 2023. Parlamentares de oposição chegaram a passar pelo local em apoio à manifestação.
Proibição de acampamentos
Na manhã deste sábado (26), o ministro complementou a ordem e proibiu qualquer acampamento em frente a quartéis das Forças Armadas e em um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios.
Ato de 2024 reuniu chefes dos Três Poderes
O ato que retirou as grades em fevereiro de 2024 contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do próprio Moraes e do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Na ocasião, Barroso afirmou que o gesto representava “confiança na volta da civilidade” e que a democracia comporta protestos, mas não violência.
Lula, que em janeiro de 2023 já havia ordenado a retirada de grades do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada, declarou na época que restringir manifestações “não faz sentido na democracia” e manifestou o desejo de ver a Praça dos Três Poderes totalmente livre de barreiras.
Imagem: Antonio Augusto via gazetadopovo.com.br
Histórico de bloqueios
Por décadas, a área entre o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto permaneceu aberta. As primeiras restrições ganharam força após os protestos de 2013 e se intensificaram durante o julgamento do mensalão. O cerco foi ampliado depois dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Com a nova determinação de Moraes, a praça volta a ficar totalmente fechada, inclusive para turistas.
Com informações de Gazeta do Povo
