A produção de soja e biodiesel deverá movimentar 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, de acordo com estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A análise estima expansão de 10,9% na atividade econômica da cadeia ante 2024, elevando sua participação para 21,7% do PIB do agronegócio.
O avanço é atribuído à safra recorde projetada pela Abiove, de 169,7 milhões de toneladas de soja, e ao aumento no processamento do grão, impulsionado pela demanda por óleo e pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15% a partir de agosto.
Desempenho por segmento
Todos os elos da cadeia deverão contribuir para o resultado:
- Produção de soja: alta de 24,11% na atividade econômica;
- Agrosserviços: crescimento de 8,24%;
- Agroindústria: avanço de 3,21%;
- Insumos: variação positiva de 3,17%.
Com preços ainda superiores aos do primeiro trimestre de 2024, a renda total do setor deve aumentar 18,24% em 12 meses, revertendo três anos consecutivos de queda. Segundo o estudo, cada tonelada processada na agroindústria gera R$ 9.430 em PIB, 4,36 vezes mais que o valor agregado pela exportação direta do grão (R$ 2.160).
Mercado de trabalho
O aquecimento da cadeia já se reflete no emprego. No primeiro trimestre de 2025, o número de ocupados somou 2,44 milhões, 7,46% acima do observado no mesmo período de 2024. Veja a variação de postos diretos por segmento:
- Agrosserviços: +142.548
- Produção de soja: +23.031
- Insumos: +5.971
- Agroindústria: -2.211
Exportações
A cadeia embarcou 27,91 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, alta de 1,15% em relação a igual intervalo de 2024. O faturamento, entretanto, caiu 11,46%, para US$ 11 bilhões, devido à retração dos preços internacionais diante da expectativa de safra global recorde.

Imagem: Michel Willian via gazetadopovo.com.br
A China permaneceu como principal compradora de soja em grão, com incremento de 6,7% nas aquisições. União Europeia e Sudeste Asiático se destacaram no farelo, enquanto a Índia absorveu 67,74% do óleo de soja exportado pelo Brasil.
Com informações de Gazeta do Povo