O Senado Federal decidiu manter em segredo, por um século, os registros de acesso de Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, às dependências da Casa. A medida foi comunicada após pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) apresentado pelo portal Metrópoles.
Segundo o Senado, o sigilo de 100 anos está amparado no Decreto nº 7.724/2012 e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que protegem dados pessoais de pessoas físicas. A Câmara dos Deputados informou não haver registros de entrada do lobista em suas instalações.
Figura central na “Farra do INSS”
Apontado como principal articulador do esquema conhecido como “Farra do INSS”, Antonio Carlos teria intermediado descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. As irregularidades são apuradas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Nos desdobramentos da operação Sem Desconto, houve a apreensão de cinco veículos de luxo avaliados em R$ 3,29 milhões, entre eles um Porsche e dois BMWs. A investigação estima prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos segurados, enquanto o lobista teria movimentado mais de R$ 50 milhões.
Encontros com parlamentar
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) confirmou ao jornal O Globo que recebeu o lobista em seu gabinete em três ocasiões. Mesmo diante desse reconhecimento, o Senado manteve a restrição de acesso aos registros de entrada, contrariando posicionamento da CGU, que defende a publicidade desses dados por interesse social, conforme a Lei de Conflito de Interesses.

Imagem: Marcos Oliveira via gazetadopovo.com.br
As investigações também culminaram na saída de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS e na queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT-RJ).
Com informações de Gazeta do Povo