O Exército Brasileiro modificou a estrutura do Comando de Operações Especiais (C Op Esp) ao retirar de sua subordinação o 1º Batalhão de Operações Psicológicas. A mudança foi formalizada em portaria assinada em 10 de julho pelo comandante da Força, general Tomás Miguel Paiva.
Pelo ato, o batalhão deixa Goiânia (GO) e passa a responder ao Comando Militar do Planalto (CMP), sediado em Brasília (DF). A determinação inclui a adoção de providências pelos órgãos do Estado-Maior do Exército, setores de direção e demais estruturas diretamente ligadas ao comandante.
Até agora, o Comando de Operações Especiais, conhecido por abrigar os militares apelidados de “kids pretos”, reunia em Goiânia três principais unidades: Forças Especiais, Ações de Comandos e Operações Psicológicas. Com a transferência, a estrutura perde parte de suas atribuições e da autonomia operacional.
Revisão ampla
Em dezembro de 2024, o Exército criou um grupo de trabalho para reavaliar o setor de Operações Especiais. O colegiado, formado por 21 oficiais, reuniu-se entre janeiro e março deste ano e deve entregar relatório até o fim de março de 2025. Segundo a Força, o estudo integra o Planejamento Estratégico 2024-2027.
Entre as sugestões já implementadas, está o endurecimento dos critérios de seleção para ingresso na tropa de elite, medida que busca reduzir o efetivo e dificultar a entrada de oficiais mais novos.

Imagem: Divulgação via gazetadopovo.com.br
Investigação sobre 2022
A reestruturação ocorre em meio às investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A Procuradoria-Geral da República denunciou 23 militares ao Supremo Tribunal Federal, dos quais 12 pertencem ao grupo dos “kids pretos”. A PF atribui a integrantes das Forças Especiais o planejamento de ações violentas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
O Exército afirma que a reorganização administrativa não decorre da apuração criminal, mas de necessidades internas de comando e controle.
Com informações de Gazeta do Povo