O Ministério da Educação (MEC) pode enfrentar um déficit expressivo de livros didáticos em 2026. Segundo dados divulgados, ainda faltam ser adquiridos aproximadamente 240 milhões de exemplares destinados às redes públicas de ensino, mas o orçamento disponível não cobre a demanda estimada.
Recorte atinge anos iniciais
No 1º ao 5º ano do ensino fundamental, apenas 23 milhões de livros de português e matemática foram solicitados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelas compras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Materiais de história, geografia, ciências (1º ao 3º ano) e artes (1º ao 5º ano) ainda não foram encomendados.
Impacto nos demais níveis
Para os anos finais do fundamental (6º ao 9º ano), o planejamento previa 12 milhões de volumes, mas só 3 milhões, também de português e matemática, estão garantidos. No ensino médio, seriam necessários 84 milhões de exemplares ajustados à nova grade curricular, porém o atendimento segue indefinido. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também aguarda a compra de 7 a 10 milhões de unidades, e há pendência de cerca de 40 milhões de livros literários que deveriam ter sido adquiridos em 2023 e 2024.
Motivo é falta de recursos
O PNLD dispõe hoje de R$ 2,04 bilhões, mas a projeção de gastos chega a R$ 3,5 bilhões, exigindo reforço de R$ 1,5 bilhão. O programa vem sofrendo cortes desde 2022, quando o orçamento era de R$ 2,58 bilhões.
Reações e justificativas
A Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) enviou carta ao ministro da Educação, Camilo Santana, classificando como “grave retrocesso” a escolha de priorizar apenas duas disciplinas. Em resposta, o FNDE informou que, diante da restrição orçamentária, adotou uma estratégia de compras escalonadas: começou por português e matemática e prevê adquirir os demais conteúdos “assim que houver disponibilidade”. O órgão acrescentou que a licitação para a EJA está na fase final e que as decisões sobre o ensino médio serão definidas em breve.
Se não houver complementação de verba, escolas públicas de todo o país podem iniciar 2026 sem livros de diversas disciplinas fundamentais.
Com informações de Direita Online